10 de Agosto de 2018
Urologia
O Hospital de Loulé tem disponíveis novas técnicas de diagnóstico e de tratamento para o cancro da próstata, que pode ser tratado de forma menos invasiva, minorando os efeitos colaterais da cirurgia convencionalA unidade de Urologia do Hospital de Loulé está a disponibilizar uma nova terapêutica para o cancro da próstata localizado, um avanço importante no combate à doença e aos impactos negativos que tem na qualidade de vida dos doentes. Desde o ano passado que a equipa de Urologia está a utilizar a braquiterapia no tratamento da doença, uma espécie de radioterapia interna em que são colocadas, numa única sessão, várias "sementes" radioativas na próstata. Para além de ter uma elevada taxa de cura, o procedimento permite uma recuperação muito rápida, de aproximadamente um dia, com muito menos sequelas urinárias e sexuais. “Um homem com um cancro da próstata pode ter como grandes consequências a disfunção erétil e a incontinência urinária e esta técnica traz hoje grandes vantagens nesse sentido”, esclarece o especialista Pedro Neto Gomes. Segundo o Urologista, a taxa de sucesso deste tipo de técnicas é atualmente muito grande, embora ainda existam doentes que optam pela cirurgia convencional. Contudo, o enfoque deve incidir na deteção precoce da doença, estando também já a ser utilizada no Hospital de Loulé uma técnica avançada de diagnóstico com recurso à ressonância magnética, que é das mais modernas internacionalmente. “Temos já em prática uma técnica que é muito recente a nível internacional em que fazemos a colheita de material depois de o doente fazer uma ressonância magnética e ter sido identificada uma lesão”, explica Pedro Neto Gomes. A biopsia guiada por fusão de imagem “permite que se faça a colheita do tecido ao milímetro, no sítio específico onde está o problema, o que por vezes com a biopsia tradicional não é possível”. O uso da ressonância magnética para a identificação dos locais onde está o tumor torna a biopsia mais fiável, conduzindo a menos falsos negativos. “Havia muitos doentes em que havia suspeitas da doença que acabavam por fazer biopsias transretais e falhava-se no diagnóstico e hoje isto permite-nos falhar muito menos”.
O especialista Miguel Rodrigues aconselha os homens a começarem a fazer o despiste do cancro da próstata aos 40 anos, mesmo sem antecedentes familiares da doença. “A vigilância deve começar a ser feita a partir dos 40 anos com a realização de exames anuais que permitam identificar possíveis alterações”, refere o Urologista, que defende uma “atitude proativa e preventiva” para uma deteção precoce da doença. Devem ser feitos vários exames, entre as quais, a medição dos níveis de PSA no sangue (sigla internacional para Antigénio Específico da Próstata), proteína produzida pela próstata e que pode estar elevada em caso de cancro. Contudo, esta análise pode não ser suficiente para revelar a presença da doença, pelo que devem também fazer-se exames complementares que permitem alcançar um maior grau de fiabilidade. “O facto de o valor do PSA ser normal não quer dizer que não haja cancro da próstata, daí a necessidade de complementar com a ecografia prostática e o toque retal”, alerta.